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Ah Teodoro é um verdadeiro artista e nos mostrou muita sensibilidade em todos os contatos que tivemos. Seu humor é inteligente, e quando fala, a bicha é sempre perspicaz. Já o conhecemos pelado, com sua pele preta, com seu cabelo rosa. O convidamos para um ensaio e conversando, ele nos contou sobre a tensão ininterrupta a que propõe seu corpo, uma tensão entre o masculino e o feminino. Ah Teodoro constrói a si mesmo, constrói o seu corpo desprezando e questionando a normatividade a todo tempo. Ele se rebela quanto suas imposições, ao binarismo e as performances de gênero. Nem macho, nem fêmea, Ah Teodoro nos conta sobre ser Queer.

 

Ah Teodoro

Fotografia: Carla Santos, Gabriela Carvalho, Sidney Summers

afeminada e periférica é entender-se inserida num contexto subversivo, do qual a ressignificação de estereótipos e a compreensão dos atravessamentos, que tangem tanto a questão racial e de classe, quanto à de performatividade de gênero, são premissas indissociáveis para o autoentendimento da sua condição de sujeito que tensiona os paradigmas sociais. De antemão, se faz preciso saber que as opressões - por mais que não hierarquizadas - interpelam os indivíduos a seu modo único. Encontrando umas nas outras, suporte e instrumentação que garantam a manutenção do todo sistêmico imposto, responsável pela deslegitimação e marginalização das inconformidades."

"Ser bicha preta,

“O eu, o nu e os tabus"

" Não há uma sobreposição de vivências. O que significa dizer que elas são marcadas pela experienciação de um conjunto de fatores que se dão simultaneamente. E apresentam-se, em menor ou maior grau de notoriedade, a partir da conjuntura a qual se faz parte num momento específico; mas sem que jamais se anulem. Ou seja, enquanto pessoa negra, quando inserida numa realidade majoritariamente branca — como o é a universidade —, entende-se que o marcador “raça” será determinante para o estabelecimento de relações e embates que travarei dentro daquele dito espaço de poder."

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"Entretanto, essa determinância não isenta a possibilidade de que, ali, eu sofra opressões relacionadas à minha sexualidade ou à minha posição social, por exemplo. E é essa concomitância que constrói a identidade política de um indivíduo."

"É sobre ser.

É sobre se pertencer”

Incomodar,
para existir!

Obrigado Teo, por ampliar nossos horizontes. 

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