
Fotografia: Gabriela Carvalho . Sidney Summers Make Up: Carla Santos
Você acredita em amor à primeira vista? Tá, tudo bem. Talvez essa coisa não exista. Talvez seja um exagero. Mas estaríamos mentindo se não falássemos que simpatizamos com Isabela assim que a vimos.
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O primeiro contato se deu ao fotografar umas pessoas com turbantes no Pelourinho. Enquanto os modelos se preparavam para as fotos, saímos e compramos cravinho (bebida típica do Pelourinho). A segunda vez que nos encontramos foi o dia em que fizemos as fotos. Pouco a pouco, os membros do projeto chegaram (não são muitos – rs) e até que o ensaio tivesse início, conversamos sobre racismo, empoderamento e nos perguntamos qual o lugar do corpo, o lugar que a nudez ocupa, que questões ela levanta. Se aquele amor à primeira vista não existiu, á estavamos encantados demais pra duvidar dele.
Bela











Isabela nos conta:
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“A experiência que esse ensaio nos proporcionou foi única em vários aspectos. Eu, enquanto mulher negra, compreendo as dificuldades de amar e aceitar o meu corpo, ao mesmo tempo que luto para que ele não seja hipersexualizado.
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Quando se fala em nudez feminina, no meu caso, preta, o estereótipo que vem à mente é o de corpos sexuais, dispostos ao sexo, à mera existência para o prazer de alguém e somente. Entretanto, o que o Corpora me proporcionou foi um momento de amor ao meu nu, de mais compreensão dele e de contemplação de minhas cicatrizes, que não me fazem esquecer de toda a dor que um dia fui.
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Hoje posso dizer que amo verdadeiramente cada centímetro do meu corpo e esse projeto foi um memorando desse amor. Tenho certeza que nos dias de crise, de cansaço e queda, vou olhar com muito carinho esse trabalho tão sensível e lembrar dos motivos de eu amar a minha morada preta.”









Isabela,
A noite estrelada, a tua pele
A noite estrelada, o teu sorriso.